A PSICOLOGIA SOCIAL-COMUNITÁRIA NA ESCOLA
Resumo
Este trabalho pretende abordar as significações, obstáculos e resultados que o Grupo de Psicologia Social-Comunitária da Faculdade CESUSC (GPSC) obteve através de encontros realizados com crianças do 4º ano de uma escola pública de Florianópolis, expondo as dificuldades em articular os preceitos da teoria social-comunitária no contexto escolar, problematizando relações estigmatizadas presentes nesse ambiente, assim como discutindo as estratégias de enfrentamento criadas pelo grupo. A demanda por uma intervenção mais voltada a uma turma específica foi proposta pela coordenação da escola, que vinha tendo dificuldades de lidar com relações conflituosas entre os alunos do quarto ano. Diante dessa demanda estabeleceu-se como método a pesquisa intervenção, pautada a partir do embasamento teórico da Psicologia social-comunitária, com o emprego de técnicas do teatro do oprimido e pressupostos da psicologia sócio-histórica para planejar e analisar os encontros. No decorrer dos encontros notou-se a presença de diversos estigmas que permeavam as relações da turma e que, juntamente com as crianças, foram desenvolvidas maneiras de ressignificar esses papéis, utilizando como recursos o teatro, a fotografia e as oficinas estéticas. O resultado final das oficinas estéticas foi um livro produzido coletivamente que proporcionou o desenvolvimento das potencialidades das crianças e permitiu que elas ocupassem outro papel: o de autoras de sua própria história. Dessa experiência resultam dois focos de análise: a presença de relações estigmatizantes nas instituições escolar e seus efeitos nos processos de subjetivação dos estudantes; e os possíveis diálogos e desencontros entre a psicologia social-comunitária e as práticas cotidianas de uma instituição escolar.
