ASSÉDIO: UMA IMPERTINÊNCIA SOCIAL A SER CONTROLADA

Autores

  • João Pedro de Moraes Lima Vieira Faculdade CESUSC
  • Denise Maria Nunes Faculdade CESUSC

Resumo

Quando preconceitos, brincadeiras e a falta de informação atuam juntos, o resultado é o desrespeito. Sendo assim, o intuito desta pesquisa é criar uma teia de conscientização e educação que permita tornar a vida em sociedade minimamente mais sociável. Serão abordadas as teorias acerca da impertinência social assediosa para categorizá-la a partir de aspectos teóricos que pautam a construção do conceito. A discussão em torno do assédio no Brasil é nova, mas precisamos compreender que o ato de assediar configura-se em uma construção secular da nossa cultura de exploração. Eventos como o processo de escravização – indígena e africana – foram marcos assertivos no desenvolvimento da impertinência, de forma a atenuar as diversas relações hierárquicas através do gênero, raça e etnia. Além disso, no século XVIII, ideais como Liberdade, Fraternidade e Igualdade, tal qual a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão outorgados durante o período da Revolução Francesa, abriram as portas à futura transição dos novos processos de manufatura afeiçoando, assim, o assédio nas relações de trabalho. No âmbito da contemporaneidade, a frequência com que se noticiam casos de assédio vem crescendo cada vez mais. Um fenômeno social que antes não era abordado, mas sim, banalizado e normalizado pelo conjunto de valores e moral da sociedade ocidental vem ganhando vazão não só nos meios de difusão da informação, como também na conscientização cotidiana do corpo social. Considerando que a significação das palavras está envolta, essencialmente em culturas e tempos distintos e que sofrem mudanças constantes, será abordada a teoria de Koselleck fazendo da história dos conceitos uma alternativa às construções em torno do termo “assédio”. Uma vez que se insere a terminologia do assédio no vocabulário costumeiro, potencializado pelos veículos midiáticos, este conceito amplia-se para a esfera popular criando certa vulgarização conceitual. Todos usamos a palavra “assédio”, mas não entendemos sua etimologia, como funciona, por que acontece, quais suas subdivisões e o porquê as pessoas estão processando outras por esse motivo. O assédio categoriza-se em outros subníveis de coação, sendo estes: o assédio moral, o assédio psicológico e o assédio sexual que ocorrem em seu nível organizacional, individual e interpessoal. Objetiva-se, a partir deste artigo, ser base para pesquisas futuras, de abordagens mais amplas que tenham como propósito melhorar as redes de sociabilidade existentes na sociedade, que são perpassadas constantemente por constrangimentos e que, geralmente, pedem algum tipo de intervenção jurídica, inclusive, em casos que nem sempre seriam necessários.

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Publicado

2018-04-17

Como Citar

Vieira, J. P. de M. L., & Nunes, D. M. (2018). ASSÉDIO: UMA IMPERTINÊNCIA SOCIAL A SER CONTROLADA. CADERNOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2(2). Recuperado de https://cesuscvirtual.com.br/CIC-CESUSC/article/view/154