A TERAPIA SOCIAL E O TERRITÓRIO DE SENTIDOS: UMA EXPERIÊNCIA DE GRUPO TERAPÊUTICO
Resumo
O presente trabalho diz respeito à territorialização e as interfaces com o campo de estágio na área da saúde, especificamente em saúde mental, nos grupos de Terapia Social (TS) no Hospital da Polícia Militar de Florianópolis. A pesquisa foi construída a partir da disciplina de Diagnóstico e Projeto de Intervenção, que serviu como base para o diagnóstico do território na prática do estágio e de suma importância para a composição do relatório final de estágio básico I, disciplina do curso de Psicologia da Faculdade CESUSC, realizado no primeiro semestre de 2018. Para além de uma pesquisa geográfica que contempla os aspectos históricos e físicos (demográficos, populacionais, socioeconômicos e de infraestrutura) da instituição, o trabalho se ateve, principalmente, através da vivência no estágio com seus atores; na compreensão do território de sentidos junto a teoria da TS. Nota-se que a partir da assimilação dos sujeitos, tem-se modos de subjetivação e de intersubjetividade, sendo um processo dinâmico de apropriação do território e de territorialização daquele espaço vivo, que é o encontro semanal dos participantes. Os pacientes estão vinculados afetivamente à instituição e sobretudo, a proposta de terapia que lhes é oferecida. A Terapia Social como estratégica de enfrentamento e manutenção às dificuldades da ordem do biopsicossocial e como uma abordagem psicoterapêutica está em movimento constante, a fim de compreender a experiência com o sofrimento psíquico, por um nexo causal amplo, que foge da esfera da responsabilização individual, mas compreendida em sua origem social e por isso, evidentemente complexa e que se encontra dentro de uma perspectiva de promoção de dignidade humana. Contudo, suas intervenções são praticadas no trabalho terapêutico grupal, que entende que é um território de trocas por identificação diante das singularidades das demandas. Na conexão entre a territorialização e TS, percebe-se a integração de valores e potencialidades, mas também o respeito às diferenças, fazendo do processo terapêutico um território humanizado, que contribui na constituição de sujeitos, tanto a partir de suas forças, quanto das suas fraquezas. A partir disso gera-se elementos fundamentais no trabalho de promoção, prevenção e reabilitação da saúde mental do sujeito em coletividade que dispõe deste serviço.