MORADIA E MOBILIÁRIO POPULAR: PROBLEMA ANTIGO SOLUÇÃO (IM)POSSÍVEL?

Autores

  • Maristela da Costa e Silva Faculdade CESUSC
  • Marila Filartiga Gebara Faculdade CESUSC

Resumo

O déficit habitacional é um problema antigo, agravado com eventos sociais como a abolição da escravatura e a migração para as áreas urbanas, cujo adensamento implicou no surgimento de cortiços, favelas e vilas de operários. Com o objetivo de erradicar essas moradias irregulares, surgiram as propostas de habitação popular. Entretanto, a política habitacional tem se concentrado em reduzir o déficit habitacional, mas não tem considerado as questões culturais e hábitos dos moradores, inclusive com redução de espaços a ponto de trazer prejuízos ao conforto e ao bem-estar. O espaço reduzido adotado nas moradias populares requer propostas inovadoras no design do mobiliário, no sentido de popularizar o mobiliário sem perder qualidade dos materiais e conforto. Algumas alternativas modulares ou sob medida foram desenvolvidas, mas considerando-se a moradia popular como aquela voltada para a classe trabalhadora que vive na cidade e que possui renda familiar de até cinco salários mínimos, essas alternativas ficaram restritas à classe média por seu custo ainda elevado. A antropometria, surgida em 1940 impulsionada pela Segunda Guerra Mundial, constitui-se importante aspecto para a adequação dos espaços e mobiliário projetados ao usuário/morador. Os ambientes das casas foram se estruturando e evoluindo através dos tempos, sendo facilmente identificados os espaços de cozinha+área de serviço, sala de jantar+estar e quarto. No caso da cozinha, é visível perceber essa compactação: desde as células habitacionais que Le Corbusier criou para a Prefeitura de Marseille, cujas cozinhas tinham 4m2 com pia, fogão e geladeira até o ápice da minicozinha desenvolvida por Joe Colombo, onde em um móvel de 1m3 era possível encontrar fogão elétrico, refrigerador, guarda-louças e gavetas. Ou seja, preservadas as funções armazenar, preparar e cozinhar, o espaço é mínimo. Passou-se a utilizar a modularidade e multifuncionalidade nos móveis, para reduzir o curso e torná-los adaptáveis aos pequenos espaços disponíveis. A metodologia utilizada na pesquisa que originou o artigo consistiu em três fases: levantamento e análise de plantas de casas populares da Cohapar (Cia Habitação do Paraná), levantamento de mobiliário popular e entrevistas com os moradores dessas habitações. Concluiu-se que o mobiliário popular disponível não é adequado pelo espaço restrito e pela falta de conforto. A modularidade parece ser a alternativa que, adequada ao espaço, seja economicamente viável e melhor atenda a família e seu modo de vida.

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Publicado

2019-06-13

Como Citar

Silva , M. da C. e ., & Gebara , M. F. . (2019). MORADIA E MOBILIÁRIO POPULAR: PROBLEMA ANTIGO SOLUÇÃO (IM)POSSÍVEL?. CADERNOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 3(2). Recuperado de https://cesuscvirtual.com.br/CIC-CESUSC/article/view/386