TRANSMODERNIDADE, DESCAMINHOS DA MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE TARDIA
Resumo
Este artigo busca estabelecer um diálogo crítico, em perspectiva dialética, com a obra de Luis Alberto Warat "Por quien cantan las sirenas" objeto de debates durante as aulas que o autor deste trabalho frequentou nos seminários do Doutorado em Direito da UFSC ministrados por Warat no ano de 1997. Na ocasião foram debatidas as questões do fim da modernidade, da condição pós-moderna e da "transmodernidade", entendida como espaço-tempo de hiperrealidade e vazio existencial a ser ressignificado pela proposta utópica da ecocidadania. A proposta levantada por Warat é objeto de apropriação, crítica e tentativa de superação das aporias que se constatariam ao resumir o esgotamento do projeto moderno à falência do paradigma positivista e ao exaurimento da razão na neutralidade do conhecimento sem sujeito, bem como de todas narrativas políticas modernas entendidas como projetos totalitários. A conjuntura política argentina e brasileira da segunda metade da década de 1990, na qual esta obra de Warat foi produzida, apresenta lamentáveis semelhanças com a da segunda década do Século XXI nos mesmos países e, por este motivo, o resgate das reflexões do autor sobre o poder, o Direito e a democracia revestem renovada atualidade.